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JULIANA SAMBA (2007)

by juliana amaral

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1.
meu amor já foi embora na tristeza eu fiquei e não podendo conter a dor do meu padecer foi por isso que eu chorei uma falsidade é triste sem a gente merecer tudo eu posso relevar mas essa ingratidão não poderei esquecer e na hora da partida fiz uma investida quase implorei para ela ficar mas pra não dar ousadia que era covardia aos pés de uma mulher chorar
2.
Resistência 03:33
resista que o dever do artista é resistir pra não morrer vivo nem cativo sucumbir faça da emoção a sua profissão de fé trate a inspiração como um botão de um bem-me-quer mentes e pincéis, rimas, cinzéis e violões a serviço sempre das mais belas intenções nem reis nem barões comprarão a consciência de quem faz arder a chama da resistência na sua pintura pinte um retrato de deus na arquitetura erga vários coliseus mas nunca se esqueça que do velho nasce o novo e todo poder só é real se vem do povo
3.
vem descobrir os segredos do samba vem com a gente cantarolar vem traz a corda e a caçamba vem com toda sua muamba pra no embalo da vila se embalar vem ser igual ao negro brasileiro que também já penou no cativeiro mas sempre foi de lutar e cantar que eu já deixei fruto, deixei que eu fui castigado, eu sei mas no ano passado mostrei que temos muito pra dar e neste ano é preciso confirmar o primeiro lugar
4.
Amargura 03:22
eu não sei o dia que o arrependimento vai chegar só direi o que foi que eu passei de uns tempos pra cá o arrependimento me tortura tem coisas que nem gosto de lembrar meu peito é um cofre de amargura que o tempo também dirá meu peito é um cofre de amargura que o tempo também dirá o que eu tenho passado nessa vida tem coisas que nem gosto de pensar carrego no meu peito uma ferida que em toda a minha vida vai me acompanhar
5.
Canta 03:28
canta, meu bem, canta quero ouvir o teu cantar chora, meu bem, chora quero ver a tua lágrima derramar sofre porque foste a culpada apele para a justiça do meu coração talvez não sejas condenada o teu pranto me faz confusão e por isso eu fiz esta canção depois de uma grande falsidade terei que dizer que sinto muita saudade no tribunal do meu coração vou pedir tua absolvição nossa vida foi uma quimera se voltares hás de ser muito sincera
6.
Vida 04:52
mais não se pode dizer nem eu, nem ninguém você é quem deve colher depois de semear também você é quem poder rasgar o caminho e fechar a ferida e achar no seu justo momento a razão de tudo aquilo que chamamos vida vamos lá, deixa o coração recolher os pedaços do sonho perdido essa é a lei nos caminhos onde a ilusão e a dor fazem parte do primeiro artigo traços comuns em nossas vidas não justificam um conselho sequer e logo eu que procuro infinitas formas de amar e viver posso apenas declarar que o medo é que faz a nossa dor crescer mais eu não posso dizer
7.
as coisas que eu sabia ou imaginava saber aos poucos desaprendi careço reaprender diz um antigo ditado da vida nada se leva mas quem nunca teve nada o nada será que carrega? escrevi por linhas certas só que não deu resultado deus não entendeu a escrita leu tudo torto e errado foi então que um grande susto a vida veio e pregou me tirou o nada que eu tinha e em troca nada deixou por uma triste ironia sempre fui mal pagador pagando mais que devia levei fama de devedor nesse jogo de artimanhas hoje com medo pressinto ao me embriagar de mentiras mergulhei num labirinto
8.
São Mateus 02:49
miro hesitou, perdeu a fé e no contra-pé ganhou a mão mas moleque miro foi ao chão quando reclamou o samburá teve samba no seu gurufim tamborim serviu de castiçal mal de quem tirou a vida assim de um menino bom, rival, e se compadeceu geraldo são louco, adão subiu sem compaixão mãe do adão não tem o que chorar é o terceiro filho pra rezar teve rap no seu funeral sopa e licor de amendoim bem de quem não tem o seu rival num menino do jardim colonial o zé da silva, o saruê o daniel, o filho do osmar alguém no céu, o gil tá pra rodar há muito fel, há muito fel no ar o zé da silva, o seu benê o gabriel, o jé da dinorah alguém no céu, o gil tá pra rodar há muito fel, não dá pra respirar e essa prosa não pára aqui
9.
Tudo acabado 02:17
tudo acabado entre nós meu amor francamente quem lhe diz sou eu o meu coração tudo já esqueceu e você para mim morreu nem sequer por maldade a tal saudade ficou em mim hoje eu vivo cantando e você chorando o mundo é assim
10.
Então, leva 03:56
leva tudo aquilo que eu dei mas não leva tudo o que eu podia dar leva o van gogh, o buldogue de raça que eu criei e a medalha que o jogo de malha nos aproximou leva o aparelho de jantar e a baixela de prata e o retrato daquela mulata que o lan desenhou leva a obra completa de machado de assis entre as curvas e retas sua bissetriz leva o apartamento que está desocupado já que não quer mais viver ao eu lado então leva ia lhe dar sol e terra e casa à beira mar num chatô lá no alto da serra à luz do luar e ao invés de parabéns uma bela serenata com direito a mar del plata, cancun e paris leva a sua grandeza que me fez feliz leva também a certeza que eu também lhe fiz leva o meu coração que está desocupado já que não quer mais viver ao meu lado então leva
11.
vou anunciar aos quatro cantos o quanto é infinito te amar o amor nos esconde do tempo é todo sentimento que me faz sonhar ao te ver passar meu coração faz explodir, erupção é um vulcão a sorrir de emoção vestida de azul na luz do luar tua alma reluz à natureza beleza quando solta a voz pelo ar harmonia, teus pés a dançar o corpo a encarnar a realeza que faz ao cantar o mar se expandir o amor eclodir, estrela cair para a mais bela de toda cidade essa singela melodia eu compus és a rainha, vossa majestade nascida em oswaldo cruz
12.
Samba a dois 03:18
quem se atreve a me dizer do que é feito o samba quem se atreve a me dizer não, eu não sambo mais em vão o meu samba tem cordão o meu bloco tem sem ter e ainda assim sambo bem a dois por mim bambo e só mas sambo sim sambo por gostar de alguém gostar de me lavra a alma, me leva embora deixa haver samba no peito de quem [chora] se atreve a me dizer do que é feito o samba quem se atreve a me dizer quem me ensinou a te dizer vem que passa o teu sofrer foi mais um que deu as mãos entre nós dois eu entendo o seu depois não me entenda aqui por mal mas pro samba foi vital falar em me laça a alma, me leva agora já que um bom samba não tem lugar nem [hora] se atreva a me dizer do que é feito o samba nem se atreva a me dizer

credits

released September 28, 2007

Projeto: Moacyr Luz
Arranjos e direção de estúdio: Paulão 7 Cordas
Gravação: Jadir Florindo, estúdio Copacabana, Rio de Janeiro
Auxiliar de gravação: Alex Baresi
Gravação das vozes: Fernando Martinez, estúdio Lua Nova, São Paulo
Mixagem: Jadir Florindo e Moacyr Luz
Masterização: Ignácio Sodré, estúdio Fuzz, São Paulo

realização: Lua Music, São Paulo, SP
[p] 2007

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